Rosácea, quadro clínico, o que fazer, o que usar e o que não usar

Olá meninas com Rosácea!

Hoje o meu post é grande mas muito importante para nós. Estive a fazer uma pesquisa intensiva e a rever toda a condição desta doença, assim como as substâncias que podemos e que não podemos usar para a nossa Rosácea.

Ruborização ou Rosácea.

Todas as pessoas ficam com a cara vermelha quando expostas a certos estímulos, como frio ou calor excessivo, exercício físico, sentimentos de culpa ou vergonha. Mas esta vermelhidão PASSA! Se o rubor aparece do nada e persiste por um longo período e a pele começa a apresentar vasinhos dilatados e avermelhados, pode estar a sofrer um quadro clínico de Rosácea.

O que é Rosácea / Couperose.

Rosácea é uma doença diagnosticado pelo dermatologista e não só pelo facto da nossa pele estar vermelha em algumas zonas. É uma doença da pele do rosto crónica, não contagiosa, sem cura e que alterna entre períodos de melhoria e agravamento.

A doença afecta tanto homens como mulheres. É mais frequente em mulheres com pele fina, clara e sensível, mas é nos homens que atinge o grau mais grave – Rosácea granulomatosa – que leva a hipertrofia sebácea e deformações do nariz.

Couperose é uma das fases da Rosácea e a que afecta a maioria das pessoas.

As zonas mais afectadas são as bochechas, nariz, testa e queixo.


A doença apresenta 5 fases de evolução progressiva:
1. Pré-Rosácea – São vísiveis blushes ou rubores difusos e passageiros;
2. Rosácea vascular – Surgem vermelhidões localizadas e interminentes que passam e voltam sem razão aparente;
3. Rosácea vascular / Couperose – A pele fica permanentemente vermelha e podem-se ver os vasinhos sanguíneos;
4. Rosácea inflamatória – Surgem borbulhas com ou sem pús e a pele torna-se espessa;
5. Rosácea granulomatosa – Existe hiperplasia sebácea e o rosto começa a deformar especialmente na zona do nariz.

A fase 5 da Rosácea é uma situação extrema de uma Rosácea nunca controlada e afecta principalmente os homens.

O mecanismo da Rosácea.

Uma pele com Rosácea é uma pele muito sensível com uma tolerância cutânea praticamente inexistente e com anomalias vasculares instaladas e localizadas.

A barreira cutânea apresenta-se alterada, mais permeável, frágil, e sensível a factores externos e regula com menos eficiência o seu nível de hidratação.

A resposta dos nervos cutâneos encontra-se mais acelerada e as terminações nervosas da pele estão sempre a produzir neurotransmissores, gerando inflamação constante.

Os vasos sanguíneos encontram-se mais estimulados com a inflamação e começam a crescer e a tornarem-se mais visíveis, intensificando a vermelhidão localizada.


O que pode desencadear a Rosácea.

-    Peles finas, claras e sensíveis;
-    Predisposição genética;
-    Frio, calor, sol, vento, variações bruscas de temperatura;
-    Exposição a raios UV;
-    Bebidas quentes;
-    Alimentação que liberta histaminas (comida picante, álcool, cerveja, café, tabaco);
-    Alimentação (lacticineos, citrinos, chocolate);
-    Emoções (stress, ansiedade, nervosismo);
-    Produtos para a pele não apropriados;
-    Medicamentos usados de forma abusiva (corticóides e retinóides);
-    Medicamentos vasodilatadores;
-    Intervenções estéticas (lifting, blefaroplastia, laser abrasivos, tratamentos faciais);
-    Ácaros – Demodex folliculorum;
-    Bactérias – Bacillus olenorius;
-    Produção excessiva de sebo.

O cuidado da pele com Rosácea.

- A limpeza deve ser feita com produtos de limpeza/desmaquilhantes suaves sem passar por água e sem sabão e específicos para peles sensíveis e reactivas.
- A pele deve ser suavizada e hidratada com cosméticos hipoalergénicos.
- As vermelhidões podem ser camufladas com creme ou maquilhagem corrector anti-vermelhidões adaptada a peles sensíveis e aplicada 1 a 2 vezes por dia.
- Protecção solar deve ser aplicada todos os dias, inclusive nos dias cinzentos e sem sol, todas as manhãs antes de se sair à rua e deve ser reforçada em dias de calor mais intenso. É aconselhado um factor de protecção elevado (mínimo 30, aconselhado 50)!
- A água deve ser morna, já que a água muito fria ou muito quente faz a vermelhidão regressar.
- Deve-se evitar utensílios abrasivos como escovas/pincéis esfoliantes, esfoliantes físicos ou toalhas mais abrasivas.
- Os cosméticos nunca devem ser oleosos e à prova de água, a sua remoção posterior deverá exigir o mínimo de solventes.


Escolha de produtos cosméticos.

Se possível, estes devem ser escolhidos com o acompanhamento médico e devem ser:

-    Hipoalergénicos,
-    Não comedogénios (sem obstruir os poros),
-    Sem perfume,
-    Sem alergénios,
-    Sem substâncias fotossensibilizantes,
-    Sem parabenos,
-    Sem corantes sintéticos,
-    Com o mínimo de conservantes possível.

Este género de cosméticos irá ajudar a atenuar a vermelhidão, suavizar a pele, aumentar a sua tolerância, limitar a progressão da doença, limitar a dilação dos vasos, diminuir a sensibilidade da pele, hidratar a pele e compensar a secura.

Componentes activos intolerantes.

-    Dimetilaminopropilamina,
-    Dimetilsulfóxido,
-    Peróxido de benzoílo,
-    Óleos essenciais,
-    Álcool,
-    Extracto de hortelã-pimenta (mentol),
-    Extracto de eucalipto (eucaliptol),
-    Cânfora,
-    Hamamélis,
-    Óleo de cravo,
-    Extracto de pimenta,
-    Sabão,
-    Fragrâncias,
-    Propilenoglicol,
-    Lauril sulfato de sódio,
-    Lanolina,
-    Ácidos (ácido glicólico, ácido mandélico, ácido láctico, ácido cítrico, ácido retinóico, ácido salicílico, ácido glicólico),
-    Enxofre.

Componentes activos tolerantes.

-    Água de origem marinha, com propriedades regeneradores, reparadores, hidratantes e protectoras;
-    Componentes activos venotónicos que dinamizam a micro-circulação e protegem as paredes dos vasos (ruscus, escina, pé-de-leão, castanheiro-da-índia, ginkgo biloba, videira vermelha),
-    Componentes activos suavizantes (dextrano, ácido glicirretínico, alantoína, alfa-bisabolol, hera-trepadeira),
-    Componentes activos hidratantes (vitamina E, glicerina, dimethicone, aloé vera, manteiga de karité, polissacarídeos/açúcares),
-    Componentes capazes de camuflar as vermelhidões (nacares verdes correctores);
-    Produtos com ceramidas e niacinamida,
-    Protectores solares com óxido de zinco ou dióxido de titânio,
-    Extractos de plantas (camomila, rosa-mosqueta, arnica, tília, rosas brancas, althéia, arctium, calêndula),
-    Retinóides,
-    Medicamentos como tretinoína, peróxido de benzoíla, ácido azeláico, metronidazol, doxiciclina, isotretinoína, tartarato, brimonidina, tetraciclina, clindamicina, eritromicina,
-    Maquilhagem à base de minerais.

Nota.
Nem todas as peles são iguais e tolerantes/intolerantes aos mesmos compostos. Por isso meninas, a vossa pele pode ser tolerante a muitos compostos da lista dos compostos intolerantes e não ser tolerante aos compostos da lista dos tolerantes.
Tenham também em mente que este género de cosméticos nunca irá resolver um quadro de Rosácea activo e nunca irá curar. Quanto muito irão ajudar a sentirem a pele mais saudável, mais tolerante e mais hidratada com uma vermelhidão um pouco menos acentuada. Tenham em atenção também que há dias em que a Rosácea regride ou intensifica por diversos outros factores.

Tratamentos receitados pelo médico para a Rosácea.

Nos casos mais graves, pode ser necessário a prescrição de fármacos específicos para a Rosácea para serem usados nos período de crise. Podem ser cremes ou antibióticos aplicados localmente ou por via oral.
Lasers vasculares – laser pulsado de contraste (PDL) ou luz intense pulsada (IPL) – podem ser usados para fazer regredir vasos sanguíneos e corrigir zonas com vermelhidões intensas.

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